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FIBRAS SÃO AS MAIORES ALIADAS CONTRA A CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

Atualizado: 12 de out. de 2023



As fibras atuam tanto de maneira preventiva quanto no tratamento da constipação. Não faltam evidências da sua atuação no trânsito intestinal e estímulo da contratilidade.


Também conhecida como prisão de ventre, a constipação intestinal é um dos males digestivos mais frequentes. Embora a definição seja bastante variável, alguns parâmetros – conhecidos como critérios ROMA – são considerados. Dentro deles, vale destacar os seguintes: as evacuações ocorrem de duas a três vezes por semana, com extrema dificuldade, as fezes são duras, há sensação de que não houve esvaziamento completo e os sintomas persistem por mais de três meses.


Quanto aos desconfortos por trás do distúrbio, um dos mais descritos por pacientes é o mau humor. Não à toa a palavra enfezado estar tão associada. As dores e outras sensações desagradáveis interferem no comportamento, trazem mais irritabilidade, atrapalham a concentração e mexem até com a vida sexual.


E não custa lembrar que o intestino produz serotonina, neurotransmissor que, entre muitas funções, promove bem-estar. Portanto, quando ele não funciona direito, os níveis dessa molécula acabam reduzidos.


Quem sofre com a prisão de ventre?


Por questões hormonais, que interferem com o trânsito intestinal, as mulheres, em especial as gestantes, apresentam predisposição ao problema. Para piorar, muitas evitam utilizar vasos sanitários fora de casa, inibindo a evacuação. Quando essa atitude é corriqueira, ocorrem alterações fisiológicas que colaboram para o mal.


Entre os idosos, a constipação também é comum. Isso porque a musculatura do intestino costuma perder a elasticidade com o passar do tempo, alterando os movimentos responsáveis pela expulsão das fezes.


O uso de certas medicações, caso dos opióides, além de condições como a anorexia, a síndrome do intestino irritável, doenças neurológicas, hipotiroidismo e o câncer são exemplos de outros fatores que podem desencadear a constipação crônica. Daí a necessidade de uma criteriosa investigação clínica, bem como de exames de imagem e outras análises.


A escassez de fibras no cardápio diário é mais um importante motivo por trás do problema.


Derivadas da parede celular e de outras estruturas dos vegetais, as fibras desempenham papel essencial ao bom funcionamento do intestino. Sem contar suas inúmeras funções no organismo como um todo. Elas atuam tanto de maneira preventiva quanto no tratamento da constipação. Contribuem com a formação do bolo fecal, seu amolecimento, além de sua eliminação. Não faltam evidências de atuação no trânsito intestinal e estímulo da contratilidade, o que movimenta a musculatura da região.


Algumas fibras, de ação prebiótica, favorecem a produção de ácidos graxos de cadeia curta, caso do butírico, do lático e do propiônico, que zelam pela microbiota intestinal, resguardando a saúde do organismo.


Entre solúveis, insolúveis, fermentáveis ou não, especialistas apontam algumas das aliadas contra a prisão de ventre.


Betaglucana


Presente na aveia, entre outros alimentos, essa fibra solúvel colabora para amolecer o bolo fecal, facilitando a evacuação.


Celulose


Trata-se do principal componente da parede celular dos vegetais. Está presente em frutas, cereais e hortaliças e é insolúvel. Passa incólume pelas enzimas do sistema digestório, contribuindo para o trânsito intestinal.


Fruto-oligossacarídeos


Chamadas de FOS, essas fibras aparecem na cebola e na batata yacon e têm ação prebiótica. “Nosso grupo realizou um estudo [6] com simbióticos, ou seja, micro-organismos probióticos mais fruto-oligossacarídeos, em mulheres constipadas e notamos melhora da frequência e consistência das evacuações”, conta Maria de Lourdes.


Goma guar


Obtida de uma leguminosa, ela é do time das solúveis e colabora para a modulação da microbiota, já que é fermentada por micro-organismos, atuando, portanto, também como um prebiótico. Desde a década de 1990, a goma guar tem se mostrado eficiente na constipação, diarreia e intestino irritável.


Inulina


Classificada como fibra solúvel, uma de suas fontes mais conhecidas é a raiz da chicória. Entre seus feitos em prol do intestino destaca-se o de estimular o crescimento intestinal das bifidobactérias.


Lignina


Diferentemente de outras fibras, a lignina não é um polissacarídeo. Do grupo insolúvel, é pouco fermentável, mas também colabora para a motilidade intestinal. É encontrada no farelo de trigo.


Pectina


Abundante em frutas, como a maçã, é usada como espessante em receitas de geleia, por exemplo. No organismo humano, é fermentada no cólon e favorece o volume das fezes.


Polidextrose


Da família solúvel, ela pode ser extraída do trigo, de frutas, nozes, entre outros e, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, auxilia no funcionamento do intestino, desde que seu consumo esteja associado a uma alimentação equilibrada e ainda junto da ingestão de líquidos, principalmente água, além de outros hábitos de vida saudáveis.


O papel da suplementação


Embora existam diferentes tipos e haja variação de suas contribuições, todas as fibras trazem benefícios ao intestino. Como geralmente são caracterizadas pela solubilidade e pelo potencial de fermentação, é importante apostar em um mix na terapêutica da constipação crônica.


Antes de indicar suplementos de fibras aos pacientes, é fundamental conhecê-los bem para escolher o mais adequado à situação. Beber água é uma estratégia indispensável para a hidratação.


As fibras dietéticas ou suplementadas devem ser aumentadas gradualmente, num intervalo de duas semanas, até chegar à dose recomendada de, pelo menos, 25 gramas por dia para tratar a constipação leve ou moderada.


O intestino constipado leva um tempo para se normalizar. Existe uma variação de acordo com a situação do paciente, mas, em média, são mais de 15 dias.


Como dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) revelam que a população brasileira não consome níveis adequados de fibras, ou seja, de 20 a 30 gramas diários, é fundamental que o profissional de saúde, especialmente o nutricionista, reforce o papel desse grupo de substâncias para a saúde.


naturalmente presentes nas frutas em sua composição. A recomendação diária deve ser avaliada de acordo com as necessidades do paciente.

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